quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Profissão do futuro: gestor de comunidades


Bárbara Ladeia (redacao.vocesa@abril.com.br)  19/11/201


Bem-vindo ao terceiro país mais empreendedor do mundo. Segundo um levantamento do Banco Mundial, é essa a posição do país no cenário mundial – perdendo apenas para os Estados Unidos e Reino Unido. A moda das startups – empresas compostas por pessoas a procura de modelo de negócios de alto risco e grande possibilidade de aumento de escala – já traz diferentes perfis de profissionais para o país.

Esse é o caso dos community managers – gestores de comunidade, em tradução livre do inglês. Já comum em países como Estados Unidos e Reino Unido, esses profissionais passam a ser demandados também em solo nacional.

As funções e competências de um gestor de comunidades ainda variam conforme o negócio de cada empresa. No entanto, uma habilidade é comum: a capacidade fomentar debates e, principalmente, organizar os conteúdos produzidos a partir da comunhão de ideias de usuários de toda a parte.

Alexandra Hohenberger, 24 anos, tem na pouca idade um dos elementos em comum com os gestores de empresas estrangeiras. Ela atua como gestora de comunidades do Kekanto , rede social de recomendações de estabelecimentos e serviços, em Porto Alegre (RS). Formada em relações públicas, Alexandra entrou na empresa por meio um recrutamento feito entre os próprios usuários. A intenção era buscar alguém engajado o suficiente para fazer o negócio crescer na região. O salário medio do gestor de comunidades do Kekanto é de 2 mil a 5 mil reais, variando conforme a regiao.

No caso do Kekanto, a demanda é por trazer os usuários para encontros aqui, na vida real. “Criamos fóruns, fazemos relacionamento com as pessoas que participam do fórum, negociamos os eventos com os estabelecimentos. O dia-a-dia é bem agitado”, diz. Alexandra comenta que sua experiência em departamentos comerciais ajuda na rotina, mas a maior dificuldade ainda está com a atividade de planejamento financeiro. “Precisa ter bastante conhecimento em finanças, o que às vezes é bem difícil”, afirma

A gestora de comunidades se sente satisfeita nesses três meses iniciais, principalmente por sentir que está desbravando um mercado novo, que nasce a partir do relacionamento entre pessoas em ambiente virtual. “Sinto-me na vanguarda de um novo tipo de profissional.”

Experiência corporativa

A GoIntegro, argentina desenvolvedora de sistemas de RH, vem sentindo a necessidade de um profissional especialista na condução das comunidades de seus clientes. Atualmente, Marcos Fernandes, 35 anos, acumula a função de executivo de contas e gestor de comunidades. Parte dos clientes da GoIntegro atendidos no Brasil contam com uma plataforma para construção de conhecimento na internet.

Com isso, cabe a Marcos organizar o debate, fomentar os grupos de discussão e consolidar os resultados. “Minha função é disseminar o aprendizado que vem sendo construído em conjunto para toda a companhia.”

Para Marcos, faz parte da cultura do brasileiro ser participativo. “Nós nos sentimos acolhidos quando podemos interagir. A ideia dessa função é promover essa habilidade natural do brasileiro dentro da cultura corporativa”, diz. A ideia, acrescenta, é que em um determinado momento no futuro, os gestores sejam dispensáveis dentro das comunidades mais antigas. “Cada comunidade pode chegar a um nível tal de maturidade, que funcionará em autogestão.”

Na Survey Monkey, empresa criadora de um aplicativo online para realização de pesquisas, o papel do community manager tem sido cumprido pelo gerente nacional para o Brasil. Como o negócio existe exclusivamente na internet, não há a intenção de reunir os usuários na vida real.

A ideia é trocar conteúdos com os usuários, de forma a facilitar o trabalho de cada cliente na elaboração de suas pesquisas e gerenciamento dos resultados. A maior parte do contato ainda é feita via blog, onde o próprio Rodolfo Ohl – 35 anos, embaixador da marca no Brasil – fomenta o debate para gestação de novos conteúdos. “Estamos vivendo uma era em que o cliente participa do desenvolvimento dos produtos – precisamos de formas para coletar esses feedbacks.

Fonte: http://vocesa.abril.com.br/escolha-sua-profissao/materia/carreira-mercado-digital-community-manager-720346.shtml

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