segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A 8ª Guerra Virtual

A Sony anuncia o Playstation 4 e esquenta a disputa com Microsoft e Nintendo na nova geração de videogames.

Por Diego MARCEL
Em 2006, a Sony lançou nos EUA o videogame Playstation 3. A chegada do equipamento se deu um ano após a Microsoft, sua principal concorrente na disputa pelos usuários mais avançados – que preferem jogos complexos –, colocar no mercado o Xbox 360. Depois de mais de meia década, o console da empresa de Bill Gates está na dianteira: foram vendidos 75,9 milhões de unidades do aparelho até hoje, ante 70,2 milhões do console da Sony. O fato de ter sido lançado um ano após o Xbox 360 é apontado por especialistas como o principal motivo para o Playstation 3 ter vendido menos. 
 
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HALO - Microsoft: a criadora do game halo ainda não anunciou
seu novo xbox, mas o produto deve estar no mercado até o final do ano
 
Pois o episódio serviu de lição. Desta vez, a empresa não quer ficar para trás e por isso anunciou, na semana passada, em Nova York, o Playstation 4. A venda do equipamento – cujo preço e imagem ainda não foram divulgados – deve começar perto do Natal, mesmo período para o qual é aguardado o novo modelo do Xbox. O movimento de Sony e Microsoft, assim como o da Nintendo, que no final de 2012 lançou o Wii U, também da oitava geração, acirra a disputa pela liderança no mercado de consoles de mesa, o modo como são chamados os aparelhos que dependem da tevê para funcionar. 
 
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No ataque: em evento em Nova York, Andrew House, da Sony, apresentou o Playstation 4,
sua nova arma na batalha dos games
 
O atual capítulo dessa guerra virtual, no entanto, tem contornos mais dramáticos que o de outros tempos. Se na sétima geração o segmento de games era disputado por apenas três concorrentes, Playstation, Xbox e Wii, agora o front conta com um número maior de competidores, que adotam estratégias diferentes. Um desses novatos é a americana Valve. A empresa exibiu na Consumer Eletronics Show (CES), feira internacional de tecnologia realizada nos EUA em janeiro, o seu novo console, o Steam Box, que permite baixar jogos diretamente da internet. Já a fabricante de processadores gráficos Nvidia terá o Shield, videogame portátil que poderá ser usado como console de mesa. 
 
A lista conta também com o Ouya, aparelho cuja produção foi financiada por doações de internautas. Diante da efervescência do setor, resta saber se o mercado comportará tantos concorrentes. Nick Gibson, diretor da Game Investor, consultoria americana especializada em games, acredita que não. Para ele, até o final do ciclo de vida da oitava geração, um ou dois consoles devem sair de cena. “Não há espaço para todos”, diz. Os desafios devem ser maiores, segundo Gibson, para os competidores novatos. Ainda assim, Sony, Microsoft e Nintendo têm motivos para ficar atentas aos passos dos adversários. 
 
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GOD OF WAR - Sony: para não ficar atrás, a desenvolvedora de God of War
correu para anunciar seu novo videogame
 
O Steam Box, por exemplo, pode abrir as plataformas online de seu console aos jogadores de PC, criando uma rede com a participação de mais usuários. Há a expectativa também de que o console Ouya se integre às centrais de jogos disponíveis em tablets e smartphones. É uma estratégia distinta daquela que é adotada por Playstation, Xbox e Wii, cujos ecossistemas são fechados. “Nada indica que essas três empresas mudarão suas estratégias”, diz Nicolas Bonvalet, consultor da empresa americana Game Consulting. Um exemplo concreto disso se deu durante a apresentação do Playstation 4. A Sony anunciou uma rede social própria, da qual só terão acesso os usuários do Playstation. 
 
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ZELDA - Nintendo: o Wii U, do jogo Zelda, foi o primeiro console de oitava
geração a chegar ao mercado, no final de 2012
 
O acesso à plataforma social será estendido a celulares e outros equipamentos, onde o usuário poderá se comunicar com seus amigos de jogo. O videogame agora conta com uma configuração de hardware mais robusta e maior velocidade de processamento. A guerra da oitava geração ainda está no começo, mas já se sabe quem pode ser a primeira baixa: os computadores. Com o surgimento dos novos consoles, a atenção dos usuários deve migrar do PC para os videogames de mesas. “Em 2013, o PC vai sangrar”, diz Bonvalet. Já os tablets e celulares devem ser beneficiados. “Como as pessoas usam cada vez mais os equipamentos móveis, os consoles terão de se integrar a eles.” 
 
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